Ainda
o GP da Áustria
Embora
o fato já tenha ocorrido há algum tempo (coisa similar
a "uns dez anos" para a Fórmula 1 comparado aos
sentimentos de um ser normal qualquer), a decisão polêmica
da inversão de posições entre Rubens Barrichello e Michael Shumacher
no Grande Prêmio da Áustria ainda está gerando
muito o que falar em todos os meios que envolvem automobilismo,
seja amador ou profissional.
Desde
que acompanho automobilismo, como participante ou, como hoje ,
espectador, que sei que o jogo de equipe é uma prática comum entre
as equipes, principalmente na Fórmula 1. Não estou dizendo
que são em todas, mas comum sem dúvida. Há casos como o de uma
Ferrari, que usa e abusa deste sistema sem qualquer constrangimento,
ou, sem sequer ficar com o rosto vermelho por isso. Na
Mcalaren já é uma atitude um pouco mais rara, mas também existe,
embora o chefão Ron Denis tenha tecido duras críticas a
equipe italiana após o GP da Áustria.
Faz parte
do jogo esta guerra psicológica, e também de uma memória fraca,
principalmente quando se trata de ter feito algo, digamos assim,
desportivamente incorreto. Nesta realidade não posso me esquecer
na 1ª etapa na Austrália do campeonato de 1997, quando
Coulthard teve que ceder a primeira posição para Hakkinen. Na
Willians, me lembro do trágico ano de 1994. Após a morte
de nosso Senna, um tal Coulthard, então piloto de testes da Willians,
havia sido o escolhido para ocupar o carro que era do brasileiro.
Logo nas primeiras corridas mostrou ser um osso duro para o então
Damon Hill , então o piloto, digamos principal daquela equipe.
Em um determinado grande prêmio, acho que foi o da Espanha,
Coulthard teve que indiscaradamente ceder a vitória a Hill. Talvez
a Willians tenha feito isto lembrando do ano de 1986, quando seus
carros eram imbatíveis, mas que graças a briga interna
e permitida pela equipe entre Nelson Piquet e Nigel Mansel, levou
a perca do título daquele ano para Alain Prost, então na
McLaren.
Como podemos
constatar isto faz parte da Fórmula 1, e que é muito provável
que tão logo o Schumacher seja campeão, o que deve acontecer dentro
de umas 5 ou 6 provas antes do final da temporada, o primeiro
piloto da equipe passe a ser Barrichello. Com objetivo de ser
também vice-campeã de pilotos, tenho certeza que a Ferrari mandará
se necessário for, Schumacher ceder posições a Barrichello. Não
tenho dúvida disto.
Por outro
lado, como brasileiro, mas principalmente como amante do automobilismo,
não posso expressar que ficou no mínimo pesado aquela atitude
naquele GP. A vitória de Rubinho teria sido uma das mais lindas
que já ví . Inconstestável sobre todos os aspectos, merecida mesmo,
parecia Senna em seus melhores momentos. Talvez diante daquela
atuação do brasileiro , ou de qualquer outro piloto de qualquer
nacionalidade em condições semelhantes, seria mais correto deixa-lo
vencer até como fator motivador para aquele piloto, pois é tão
raro quando consegue andar sequer próximo do alemão, que uma vitória
daquela forma daria sem duvida um novo gás a carreira do brasileiro.
Enfim, acho que a Ferrari poderia ser um pouco mais pcicológica
e menos racional naquele dia, pois o mal-estar mundial foi muito
grande, e com certeza o fator negativo para marca foi infinitamente
maior de que aqueles quatro pontos que podem vir a fazer falta
para Schumacher no final do campeonato, o que duvido muito.
Um abraço
a todos.
Aloysio
Ludwig Neto
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