Histórias & Estórias-

Reencontro com velhos amigos

Esta história de hoje daria um livro, mas vou procurar ser breve. A história começa ainda em 1996, quando em uma reunião no autódromo de Curitiba conheci o Sergio Moraz . Bem direto, como é seu perfil, de imediato me convidou a correr com ele as 3 últimas etapas do Paranaense de Marcas daquela ano, pois estava disputando o campeonato e precisava alguém mais experiente para ajudá-lo. Eu, parado a 2 anos, acabei aceitando. Ainda naquele ano, das 3 etapas, ganhamos 1 e subimos ao pódio nas outras. Nada mal para começar!

O velho Passat que terminamos o ano de 1996 já tinha dado tudo no final daquela temporada e o Moraz comprou um monobloco novo de um Gol "bola" o qual vi nascer. Tudo do bom e do melhor foi colocado nele. Na estréia do carro, já em 1997, alguma coisa fazia com que ele não desencantasse, embora sempre entre os primeiros. Com ele ficou a lembrança de vitória em algumas baterias, um recorde em provas no autódromo de Cascavel, que dura até hoje (para carros carburados da categoria) e nada mais.

A equipe encerrou suas atividades no começo de 1998, sem contudo ter participado de todas as provas em 1997. Com isto, o Golzinho ficou estacionado na empresa do Moraz durante longos 6 anos. Neste período eu passava por lá toda semana (pois a empresa do Moraz é uma grande cliente da minha empresa), e olhava com carinho para o Gol. Sem estar ativo como piloto e até pensando que nunca mais estaria, achava uma injustiça os resultados que consegui com ele, eles não expressavam a realidade. Algumas vezes perguntava para o Moraz o que ele faria com o "meu Gol" (na realidade não era meu, só no coração), o Moraz me dizia estar à venda, mas nunca fez muita força para isto.

No começo deste ano (2004), com a vinda da Copa Turismo GNV, eu fui convidado a correr por outra equipe a qual acabou não participando da 1ª etapa. Com isto o Moraz preparou o carro para o Natálio Stica e para o Rogério da Silveira, pois eu já esta comprometido e não poderia servir a dois patrões. Apesar de não ter corrido na 1ª etapa, estava lá quando o Stica sofreu um acidente com o velho Gol e capotou! Naquele momento, para ser sincero, quase chorei. Era o fim de um amor entre eu e aquele carro que com a sua "morte" acabaria.

Acabei me desligando da outra equipe por pura falta de motivação no automobilismo. Eu não queria mais correr em campeonatos. Minha vontade era apenas para provas festivas, tipo a Cascavel de Ouro. O Gol acabou ficando de fora das 2 próximas etapas, o que fez com que o Rogério da Silveria também se comprometesse com outra equipe.

Uns dias antes da 4ª etapa, o Moraz, que havia conseguido recuperar totalmente o Gol, me ligou. "O teu Gol está pronto e preciso que você faça dupla com o Stica, pois confiamos muito em seu trabalho, mesmo desmotivado", falou o Moraz. Meu coração bateu mais forte e, embora nada confiante, acabei aceitando pois tenho uma grande amizade com o Moraz e não poderia deixar de atender a uma solicitação dele. Com a vinda do também amigo preparador João Fröguer para a equipe, os ânimos foram aumentando.

Hora de estrear: sexta-feira, 09:00 hs. Pensei o quanto de tabalho teríamos para acertar o carro, se conseguíssemos. Coloquei-me potencialmente entre o 6º e 15º colocado; era isto que eu esperava. Aí o velho Gol mostrou-me "quem é" . Desde o primeiro treino foi competitivo e, das 6 sessões antes da prova ele tomou a ponta no terceiro treino e não mais saiu do 1º lugar. Isso sem que nos fizéssemos absolutamente nada no acerto, nem calibragem de pneus. O carro foi somente jogado na pista. Conquistamos a pole position, fizemos a melhor volta na bateria e na soma dos resultados meu o do amigo Stica. Vitória! Vencemos a 4ª etapa da Copa Turismo GNV. Mal pude acreditar. A "ficha" só foi "cair" à noite em casa. Um filme passou em minha cabeça e fiquei com a certeza: com persistência e trabalho, quem acredita sempre alcança! Com isso fiz o seguinte balanço: como piloto sem perspectiva alguma até novembro de 2003, de lá pra cá, de carro, fiz 3 corridas e venci 2 (a outra foi a Cascavel de Ouro de 2003). Na proporção, estou melhor que o Shumi, aquele da F-1, se alguém já ouviu falar.

Agora vou para a última etapa da temporada da Copa Turismo GNV e a Cascavel de Ouro. Na Turismo GNV meu compromisso com a Moraz Competições é por tempo indeterminado, confio muito neles e eles em mim. Na Cascavel de Ouro, devo estar novamente com o Flávio Poersch.

Um abraço em todos e até a próxima!

Aloysio Ludwig Neto

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