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A Cascavel de Ouro vista de dentro

Motivado por 2 boas participações na Copa Turismo GNV, correndo em dupla com Natálio Stica - onde ganhei na geral uma e cheguei em 4º na outra (vencendo minha bateria mesmo depois de ter saído em 26º lugar) -, cheguei em Cascavel para a 21ª edição da Cascavel de Ouro em um clima bastante diferente da corrida do ano passado. Naquela ocasião eu estava quase um desconhecido e mesmo sem esperanças tudo funcionou direitinho e venci a prova em dupla com o Flavio Poersch. Desta vez o foco estava sobre nós, afinal éramos os campeões da prova e uma das duplas a serem observadas para vitória. Porém, na minha opinião, desde os primeiros treinos achei que este ano não seria nada fácil. Nosso carro estava sempre classificado entre o 4º e 8º lugares, com uma diferença de aproximadamente meio segundo para os líderes. Mas a corrida era longa e muita coisa poderia acontecer.

Fiz logo questão de abrir mão da tomada de tempos, pois sem dúvida alguma, o Flávio estava mais a vontade com o Escort, carro com o qual ele competiu a temporada de Marcas "N" e foi vice-campeão com 2 vitórias. Acho que ele tirou leite de pedra e conseguiu classificá-lo em 2º lugar para a largada, o que nos animou bastante.

No domingo amanheci um pouco tenso, bem mais do que o meu "normal" em dias de corrida. Queria muito vencer esta prova novamente, mas meu sexto sentido não estava muito otimista. Combinamos com a equipe que faríamos igual ao ano passado: o Flavio largaria e daria uma "cozinhada" na corrida, procurando não se distanciar dos líderes, sem se envolver em brigas que arriscassem a prova. Na largada ele manteve o 2º posto, mas por pouco tempo. Foi perdendo gradativamente terreno e pelo que eu calculei, chegou a estar a mais de 8 segundos dos lideres. Veio uma bandeira amarela e ele com isto se aproximou novamente. Na relargada conseguiu manter uma distancia menor, mas só enquanto o carro estava frio, ocasião em que mais uma vez tirou leite de pedra e fez a melhor volta da prova, o que nos serviu de consolo.

Veio a parada e eu assumi. No meu retorno voltei com tanque cheio enquanto os lideres estavam com menos combustível. Foram umas 10 voltas que nos custaram caro, pelo menos uns 12 segundos. Quando eles abasteceram estavam distantes de mim e por mais que eu tentasse não conseguia me aproximar. O carro estava bem desequilibrado, de dar susto mesmo! Na ância e melhorar o tempo acabei usando um pouco as zebras (o que é tolerável no Voyage mas péssimo para o Escort) e isto o tornou uma cadeira elétrica. Pedi aos anjos por uma bandeira amarela, pois se os carros se reagrupassem, "embraralharia" um pouco a prova e quem sabe isto nos ajudasse. Mas ela não veio! Foi a uma hora e meia de corrida mais longa de minha vida. Pareceram dez horas. Terminamos em 4º lugar.

Paciência! Não se pode ganhar todas e eu, de uma forma geral, sou um bom perdedor.

Bandeirada merecida ao alucinante ritmo de corrida o Ruy "Mamão" Chemin , que venceu em dupla com David Muffato, que dispensa apresentações. Mereceram, trabalharam muito e fico muito feliz pelo preparador Chicão, amigo-irmão meu, de muita capacidade que a tempos merecia voltar e vencer. Só aproveito e mando um recado ao meu não menos amigo Ruy: não vou em momento algum ficar desmerecendo a vitória dele. Sei que ele tem feito menção à minha vitória de 2003, quase sempre com injúrias, o que em nada combina com sua personalidade; já falei isto para ele. Para mim ele venceu e mereceu. Eu sempre fui o primeiro a acreditar no potencial dele. Assim como coloco de forma muito clara a incrível evolução do Flavio Poersch, que guia muito, além de ser "gente fina" da melhor qualidade.

Não posso deixar de lembrar do retorno não tão feliz de Gastão Weigerth. No final de semana inteiro as coisas não deram muito certo a ele e para a competente equipe Caus Motorsport, pela qual correu. Mas que ninguém "titubeie" deste pessoal. Gastão é Gastão e Caus é Caus! Quem duvidar deles está se arriscando, pois eles vão voltar e isto vai ser uma "baita" encrenca para os concorrentes.

Um abraço a todos e até a próxima!

Aloysio Ludwig Neto

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