Balanço
de final de ano
Quando
escrevi minha última coluna, mais
uma vez estava sem a perspectiva de voltar a correr. Lembro-me
ainda que não faria a Cascavel de Ouro por estar próximo do nascimento
de minha filha, e que neste caso o lado pai falaria (e fala) mais
alto. Foi só a coluna ir para a MOTOR ON LINE e no outro dia o
meu amigo e preparador João Fröeger me ligou dizendo que
faria o carro do italiano Giovani Cilia nas duas ultimas etapas
da GNV e que eu estava convidado a ser parceiro dele. De pronto
aceitei.
Já
nas primeiras voltas que andei no Gol 36 conclui ser aquele o
melhor carro VW "Marcas" que já guiei, e olha que já
perdi as contas de quantos foram! Tudo funcionava nele, motor,
câmbio, tudo... e qualquer regulagem que fazíamos o resultado
vinha de imediato. O Giovani nunca poupou investimentos no carro
e este resultado é uma conseqüência disto.
Na
7ª etapa fiz a pole e quando liderava a corrida fui surpreendido
por uma vela quebrada. Fiz a parada no box para a substituição
e voltei em 25º lugar e ainda acabei em 7º. Um bom resultado
considerando que havia 42 carros no grid.
Na
Turismo GNV os 14 primeiros na primeira bateria largam na segunda
bateria com as posições invertidas. Com isto o Italiano
largou em 9º e antes mesmo do meio da corrida estava em 1º,
vencendo a bateria com uma maturidade de piloto veterano, e olha
que ele não tem nem 2 anos de automobilismo. Festa!!! Legal!!!
Como é bom voltar a vencer uma corrida!
Na
8ª etapa o carro estava igualmente bom. Na tomada de tempos
fui surpreendido pelo Gastão Weigerth (sempre alertei para tomarmos
cuidado com aquele papo de que o "véio" tá
"véio") e classifiquei em 2º. Larguei e ganhei minha bateria na chuva. O Italiano largou em
14º e devido a alguns toques acabamos por abandonar a prova.
Tudo bem, no ano que vem tem mais.
Sobre
a Cascavel de Ouro minha idéia inicial era não ir mesmo! Minha
filha estava a caminho e o objetivo era ficar por Curitiba. Foi
quando meu amigo e compadre Ruy Chemin me ligou dizendo que o
David Muffato não poderia correr com ele e que ele gostaria que
eu ocupasse o lugar dele, uma inversão exata do que aconteceu
em 2004 quando eu estava compromissado com o Leitão (Flávio
Poersch) e o David acabou ocupando o possível lugar meu na equipe
Chegáz . Devo admitir que correr com o Ruy por diversos motivos
mexeu comigo. Além dele, o preparador Chicão é meu amigo de longa
data. Somando tudo preciso fazer um livro sobre nossas amizades.
Prometo que ainda faço.
Se
voltar a Cascavel sempre é um prazer, honestamente, pilotar Escort
pra mim está longe de ser. O Escort e a forma de pilotagem tanto
do Ruy como do Poersch são diferentes da forma como eu e alguns
outros pilotos mais acostumados aos Gols usamos . Acabei quase
sempre sendo um pouco mais lento que meu amigo Ruy, mas sem desespero, dentro da faixa de tolerância.
Depois de "ir e
vir na idéia", o Ruy acabou decidindo que eu largaria. Na manhã
de domingo, no warn up, eu finalmente consegui me adaptar ao carro
e fiz o melhor tempo da categoria. Larguei e ao ver o pessoal
da frente "se matando" preferi cozinhar um pouco e mantive o 4º
lugar, sempre de olho nos líderes e com a distância
sob controle. Aí caiu a correia do alterenador e com isto
o motor ferveu em pouquíssimos segundos. Só me restou ir ao box
e desistir da prova. O Ruy voltou ao carro e até tentou, mas,
nossa parceria de pilotos no aspecto resultado definitivamente
nunca acabou bem, entretanto, sempre sem estresse algum. Espero ter novas oportunidades
de correr com meu amigo.
O
vencedor da prova foi aquele que depois de mim eu gostaria que
vencesse: o Flávio Poersch , em dupla com Edgard Favarin
(sempre guia muito e que me substituiu no comando do carro do
Flávio) na competente equipe do grande Zé Sorbara, com
quem eu tive o prazer de fazer as edições da Cascavel
de Ouro de 2003 (quando venci) e 2004 (4º lugar). Parabéns
pessoal , vocês merecem , fizeram um trabalho que valeu muito.
Claro que a sorte ajudou bastante. Mas existe algum campeão sem
sorte?
Um
abraço a todos e até a próxima!
Aloysio
Ludwig Neto
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