Carreata
da Solidariedade
Por
Renato Bellote Gomes
"Nada
é maior do que a solidariedade e por ela a gente não agradece,
se alegra", diz uma frase de autor desconhecido, mas que
tem um significado único. Nesse Domingo, 21 de maio, ela fez mais
sentido, já que foi o dia da tradicional "Carreata do Agasalho",
quando as raridades automotivas percorreram as ruas do bairro
de Moema, em São Paulo, arrecadando blusas e alimentos.
Saí
de casa perto das 09:00 hs e, após cruzar a avenida Ibirapuera,
cheguei à paróquia de Nossa Senhora da Esperança, onde alguns
carros já marcavam presença. A rua estava isolada por uma fita
bicolor e os clássicos que chegavam iam se posicionando num ângulo
de 45ºC.
Antes
de abordar o nosso assunto predileto, vamos falar um pouco desse
evento. Encabeçado por Isamar e Alexandre Murad, a carreata tem
5 anos de existência e vem conseguindo ajudar os mais necessitados.
Para se ter uma idéia, no ano passado, as doações se refletiram
em 25 metros cúbicos de roupas e mantimentos, segundo dados dos
organizadores.
Pois
bem, de volta à rua, logo na entrada, ganhei uma bela camiseta
verde e amarela e, juntamente com a credencial pendurada no pescoço,
parti para a melhor parte da brincadeira. Defronte à igreja, um
Corvette Stingray 74 foi o primeiro a ser fotografado. A seu lado,
Peugeot e Karmann-Ghia, ambos conversíveis, chamavam a atenção.
Na calçada oposta, ninguém menos do que o "famigerado" General
Lee - com sua buzina mais do que característica - além de um carro
anfíbio e uma Jardineira impecável.
Descendo
um pouco, Volkswagen SP-2, Bel-Air 1955, Puma e um Escort XR3
vermelho não passavam despercebidos. No outro quarteirão, Mustang,
Mini Morris, Cadillac e Fiat Abarth - no melhor estilo de competição
- aguardavam debaixo da sombra fresca das árvores.
Posso
dizer que, nesse ponto, a festa já estava bem animada. Ainda encontrei
em meio ao burburinho o Antônio Apuzzo - da Automodelli - certamente
buscando inspiração para produzir alguma bela miniatura, além
do Ricardo Prado, do MG Club, a bordo de um Fissore nota dez.
Og Pozzoli caminhava por ali, prestigiando o evento, enquanto
que o chef Allan Vila Espejo corria de um lado ao outro, como
se estivesse no comando de um dos seus restaurantes.
"Atenção,
liguem os motores", foi a frase ouvida no alto-falante.
Nesse momento, o que se viu foi outro belo espetáculo, mas dessa
vez, para os ouvidos. Os motores se fizeram presentes, como uma
grande orquestra, formada por pistões, bielas e virabrequins.
Os
participantes foram divididos em dois grupos: um verde e outro
amarelo. Após a "largada", peguei meu carro e saí "à caça" de
boas imagens, subindo e descendo pelas alamedas. Encontrei a carreata
próximo da rua Inhambu, bati quatro fotos e voei para o outro
lado do bairro. Dessa vez, o pessoal estava na alameda dos Guaramomis,
fazendo muito barulho e buzinaço. Por fim, voltei até a rua Canário
e, então, o cartão da máquina esgotou sua capacidade. Missão cumprida!
Um
domingo divertido. Não só por estar entre amigos e carros clássicos,
mas também pelo ideal do passeio. Mesmo nesse mundo repleto de
egoísmo e mau exemplo, um grupo de pessoas ainda acredita que
pode ajudar o próximo. Até mais!
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