Máquinas e Motores-

Clubes mantêm a história dos carros

Reportagem: Roberto Couto
Gazeta do Povo
Fotos: MOTOR ON LINE

Grupos ajudam a preservar a história de carros antigos e de modelos que já saíram de linha. Aficionados também auxiliam na reposição de peças e promovem encontros e passeios.

A história automobilística brasileira está sendo preservada graças a uma legião de apaixonados por veículos antigos ou fora de linha. São os integrantes de clubes de automóveis, verdadeiras confrarias que têm como objetivos preservar a memória dos carros, auxiliar na restauração e reposição de peças e organizar eventos (passeios e encontros).

Em Curitiba, existem vários clubes de automóveis. Um dos maiores e mais antigos é o Veteran Car Clube do Brasil - Clube de Automóveis Antigos do Paraná. Fundado em 1977, o Veteran Car possui atualmente 92 associados. Segundo o presidente do Veteran Car / PR, Edilberto Heuer, o clube possui um acervo de 300 veículos que são guardados num barracão na sede própria.

Mas diferente do Veteran, que é integrado por proprietários de vários modelos antigos, a maioria dos clubes da capital é formada por aficionados por determinados veículos. O Sedan Volkswagen Clube do Paraná, por exemplo, foi fundado em 1988 e conta, de acordo com Ari Skroch Jr, presidente do grupo, com 150 proprietários do antológico Fusca. Outro exemplo é o Clube do Fordinho do Paraná, criado há 3 anos por donos de modelos Ford A e T. O presidente do clube, Raul Beltrami, revela que a entidade possui 57 sócios.

Ícone nos anos 60 e 70, o esportivo nacional Puma também motivou a criação de um clube: o Puma Club do Brasil, fundado em 2000. De acordo com o presidente da entidade, Luis Roberto Telles, são 62 associados só na capital - número que chega a 100 em todo o país. Por outro lado, os apaixonados pelo emblemático Opala criaram em 1995 o Opala Club de Curitiba. De acordo com o seu presidente, Átila Carcereri Paris, o grupo é formado por 45 pessoas.

E a legião de aficionados ainda se divide em mais outros 6 clubes de automóveis. Os apaixonados pelo "nervoso" Maverick criaram, em 2000, o Maverick Clube de Curitiba, que conta hoje com 36 sócios. Há dois anos, foi instituído o MG/MP Lafer Autoclube do Paraná, que possui 25 sócios - entre proprietários do modelo inglês MG e do MP Lafer (esportivo brasileiro semelhante ao MG e que foi produzido na década de 70).

Já a paixão pelo modelo Mustang também deu origem a uma agremiação: o Mustang Clube de Curitiba, com 23 associados. E os jipeiros se reúnem no Jeep Clube de Curitiba, que existe desde 1977 e conta com 700 participantes. Além disso, foram fundados o Dogde Clube de Curitiba, que reúne 60 proprietários; e o Nippon-VW Clube, que é formado por 70 proprietários de modelos Fusca, TL e Kombi (originais e modificados).

A iniciativa de integrantes clubes em colecionar modelos realmente está garantindo a preservação da memória automotiva do país. Um exemplo é o comerciante Roberto Biesemeyer, 57 anos. Ele faz parte do Veteran Club desde 1977 e é proprietário de três modelos clássicos: um Oldsmobile 1956, um Chevrolet Especial de Luxe 1941 e um Jeep Willys 1951. "Sempre fui um apaixonado por carros antigos e o Veteran Club permite que eu possa manter meus veículos (o clube possui um barracão em sua sede) e ao mesmo tempo tenha a possibilidade de apreciar outras raridades", salienta.

Por outro mecânico José Arnaldo Grocoski, 78 anos, que integra o Clube do Fordinho, é proprietário de quatro verdadeiras preciosidades. Em sua garagem estão meticulosamente guardados os modelos T 1927, A 1928, A 1929 e A 1931. "Tive que restaurar todos os veículos, um trabalho difícil, mas muito gratificante, já que é uma forma de manter viva a história desses carros", observa.

O empresário Rubens Rossatto Filho, 50 anos, também é um exemplo de que os membros desses clubes estão garantindo a preservação da memória automotiva brasileira. Integrante do Puma Club do Brasil, ele é proprietário do último modelo produzido na fábrica de Curitiba em 1995. "Sempre fui um saudosista e o Puma foi o carro dos sonhos de minha geração", salienta Rossatto Filho.

Já o aposentado Cláudio Boccasso, 81 anos, membro do Opala Club de Curitiba, tem em sua garagem uma verdadeira raridade. Ele é o primeiro dono de um modelo 1973 totalmente original e com 95 mil quilômetros rodados. "Cuido como se fosse um verdadeiro filho e meu maior desejo é conseguir uma placa preta de veículo antigo", revela.

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