Freios:
não descuide da sua segurança
Reportagem
Vivian Dias
Lide Multimídia
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Respeitar os prazos de troca da pastilha
e do óleo preserva todo o sistema de freios do veículo. |
O
prazo determinado pelos fabricantes para a troca de óleo de
freio do veículo é de 20 mil quilômetros ou dois anos. "Após
dois anos, mesmo em um carro pouco rodado, o óleo começa a perder
suas propriedades originais, danificando todo o sistema de frenagem
e causando ferrugem nos seus tubos condutores", afirma Mario
de Oliveira Junior, gerente de assistência técnica da Florença
Veículos.
Os
fabricantes advertem para a alta capacidade do óleo de freio
em absorver umidade. Em dois anos, o fluido já apresenta até
30% de água. Além de mudar as características do óleo, reduzindo
a potência do freio do veículo, a água absorvida começa a se
depositar nos canos, propiciando a ferrugem no sistema. Com
a pressão e temperatura de circulação do óleo, associadas à
ferrugem, os canos podem rachar. Quando o proprietário não presta
a devida atenção no sistema de frenagem, fazendo as trocas no
prazo determinado, o óleo tem a tendência de superaquecer. O
fluido perde a capacidade de responder imediatamente, quando
o pedal de freio é acionado, o que pode representar perigo ao
motorista em situações de emergência.
"A
troca deve ser realizada em especializadas, que esgotam corretamente
o óleo dos tubos, do reservatório e das quatro rodas. Assim,
o óleo novo é colocado em um sistema completamente limpo",
garante Oliveira, alertando para o risco de se misturar dois
tipos distintos de óleo. "Na concessionária, temos amplas
condições de avaliar qual é a tecnologia de produto indicada
a cada tipo de carro, além do equipamento correto para efetuar
a troca".
Não
espere pelo barulho
As
pastilhas e lonas de freio são usualmente fabricadas de um composto
de fibras sintéticas (antigamente de amianto, que deixou
de ser utilizado por ser insalubre), metais e resina, com maior
ou menor grau de dureza. Quanto mais duras e resistentes ao
atrito, mais eficaz é o seu desempenho, mas paralelamente, mais
rapidamente desgasta os discos e tambores. Além disso, materiais
com maior grau de dureza trabalham melhor com temperaturas mais
altas. Pastilhas ou lonas com menor grau de dureza, ao contrário,
freiam bem mesmo quando frias, mas são sensíveis demais
à elevação de temperatura, perdendo eficiência quando usadas
seguidamente e desgastam-se com rapidez. Assim, é necessário
encontrar um equilíbrio na dureza e na composição
do material para obter freiadas seguras em quaisquer condições.
Muitos
motoristas esperam que o carro comece a fazer barulho na frenagem,
para então trocar a pastilha. O ruído indica que a pastilha
ficou fina demais, propiciando o atrito de ferro com ferro,
o que gera sulcos no disco. Neste caso, não só a pastilha terá
de ser trocada, como também o disco, dobrando os valores gastos
com a manutenção.
Uma
boa dica da hora de trocar a pastilha é a luz indicadora de
óleo de freio no painel. Quando a pastilha está gasta, o óleo
fica abaixo do nível normal. "É completamente contra-indicado
completar o óleo de freio quando ele fica abaixo do nível no
painel. É preciso prestar atenção ao fato de que parte do óleo
desceu aos tubos condutores, para compensar o desgaste das pastilhas",
diz Oliveira.