Entenda
o Sertões
O
Rally Internacional dos Sertões é uma competição de velocidade
realizada em estradas e trilhas de terra, com muitas pedras, buracos,
dunas, areia, etc. No entanto, além de acelerar forte, os participantes
precisam ter uma boa estratégia para poder vencer. Os
trechos cronometrados são chamados de "especiais"
e os competidores atravessam os piores caminhos.
Os
carros, motos e caminhões largam um por vez, com pequenos intervalos (geralmente de 1 minuto).
Cada competidor tem o cronômetro "zerado" em cada largada e o
que vale é o tempo que ele usou para percorrer aquele trecho até
o final da "especial". O grande vencedor será aquele que conseguir
percorrer todos trechos cronometrados no menor tempo possível.
No final da prova, todos os tempos serão somados. Todos os pilotos
devem obedecer uma planilha (espécie de mapa) distribuída pela
organização. O trajeto é o mesmo para todos. Mas se algum competidor
"pegar um atalho", ele será punido com a perda de tempo, o que
pode comprometer o resultado final. Para evitar essa prática,
a organização coloca postos de controle (PCs) no meio do percurso
e todos os corredores devem registrar a passagem naquele ponto.
Para evitar acidentes entre competidores e a população local,
a organização instalará radares em regiões próximas a cidades
e vilarejos. Quem desobedecer os limites de velocidade será punido.
Nas "especiais", não há limite de velocidade.
Pilotos,
mecânicos, jornalistas e equipes de apoio e da organização dormem
em vários "acampamentos", que podem ser barracas ou até mesmo
uma escola, apenas com o saco de dormir. Hotéis são raros.
São
artigos obrigatórios para uso dos pilotos de motos: protetor dos
manetes, um isqueiro, frasco (cantil) com no mínimo 2 litros de
água, capacetes, camisa de manga comprida, calça, botas, luvas,
colete, barraca, GPS, rádio VHF HT, carteirinha de licença de
Rádio Amadorismo e o certificado de propriedade da moto. Estas
motos, segundo a CBM, deverão responder a normas de segurança
impostas pela Convenção Internacional, sobre circulação rodoviária
e quaisquer normas de segurança impostas pelo regulamento da CBM
e do Brasil.
Os 10 mandamentos do Rally dos Sertões (por Kleber Cíncea / Beco Andreotti):
- Respeitarás e honrarás o Jalapão. Ele merece;
- Não vencerás o rally no primeiro dia, mas poderás perde-lo;
- Esqueça o rádio quando estiveres em zonas de radar;
- Acreditarás em teu navegador, mesmo que ele esteja errado;
- Estarás sempre preparado. Para tudo;
- Atuarás na prevenção dos problemas;
- Farás sempre o bem para as comunidades por onde passardes;
- Incentivarás sempre sua equipe e seus mecânicos. Eles são os vencedores;
- Você pode ter 10, 15 ou 20 Sertões nas costas. Mas mesmo assim, você sempre aprende algo novo.
- Na dúvida, acelera!
Categorias
Motos
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Super
Production |
Com preparação livre, as motos protótipos e originais de fábrica podem ter motorização de 250 a 1300 cm³ de cilindrada. O mesmo chassi deve ser utilizado durante todo o rally, caso seja feita alguma alteração, o piloto é imediatamente desclassificado. |
Production Aberta |
Originais de fábrica com até 700 cm³ de cilindrada, as motos desta categoria podem ter motores de dois ou quatro tempos e devem seguir as normas da Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Pneus, rodas, bancos, tanque de combustível, escapamento, suspensões traseira e dianteira, transmissão secundária, guidão, caixa de ar, controle de marchas e freio podem sofrer alterações de modo a aumentar a competitividade, resistência e segurança. Como na Super Production, o chassi deverá ser o mesmo durante todo o rally, mas pode receber reforço e a troca da embreagem precisa ser autorizada pelo comissário técnico do Sertões. Manutenção, só a básica, como a regulagem de mistura de combustível no carburador, troca de pneus, raios, aros, lonas e pastilhas de freio, para-lamas e limpeza de filtros. |
Marathon |
Com as mesmas regras de manutenção da Production Aberta, as motos desta categoria possuem motores de 250 a 450 cm³ de cilindrada de 2 e 4 tempos. Entram também motos fabricadas no Brasil com até 700 cm³ de capacidade. |
Over 45 |
Com motos nacionais ou importadas, nesta categoria os pilotos precisam ter no mínimo 45 anos de idade. O regulamento é o mesmo da Super Production. |
Quadriciclos |
Quadris |
Com tração 4x2 ou 4x4, os quadris podem ter motorização de até 1300 cm³ de cilindrada e assim como nas motos, podem levar dois motores-reserva lacrados, que passam por vistoria dos comissários técnicos da CBM (Confederação Brasileira de Motociclismo) e podem ser trocados em qualquer momento do rally. |
UTVs |
Considerado um meio termo entre um quadriciclo e um carro, o UTV conta com 11 duplas na 20ª edição do Rally dos Sertões. Sigla para Utility Task Vehicle (veículo multi-tarefas), o UTV é um derivado do quadriciclo, mas em vez do guidão, o piloto tem volante, banco com cinco de cinco pontos e pedais, como em um carro. Utiliza-se da mesma motorização e homologação via CBM. Estreando de forma experimental no Sertões, possui uma gaiola com reforço na estrutura tubular para proteger piloto e navegador, portas rígidas, redes protetoras laterais e banco tipo concha. O uso de pneus é livre e o motor tem 89 cavalos de potência, podendo atingir até 130 km/h. |
Carros |
T1-FIA |
Com peso mínimo que varia entre 860 e 2050 kg, dependendo da capacidade cúbica dos cilindros e na tração, os carros dessa categoria podem ser equipados com motores turbo, mas com no máximo dois estágios e não são permitidos propulsores com pós-combustão. Carros a gasolina ou diesel com duas válvulas por cilindro devem usar restritores de ar na admissão com no mínimo 34 milímetros e com 32 nos carros com mais de duas válvulas. Os veículos turbo diesel devem usar restritores com 39 milímetros. Apenas chassis com estruturas tubulares de no mínimo 1,5 milímetro de espessura são liberados e a transmissão deve ser completamente manual, mas o câmbio sequencial é permitido. No caso da suspensão, apenas sistemas que permitem regulagem de flexibilidade e altura dos carros em movimento são proibidos; o restante é livre. Carros com tração 4x4 devem utilizar rodas com no máximo 810 milímetros e nos veículos 4x2 a medida máxima é de 940 milímetros. |
Protótipo T1 |
Nesta categoria os carros podem ser modelos preparados ou protótipos com tração 4x4 ou 4x2, movidos a gasolina, etanol ou diesel. Os restritores de ar na admissão devem ser de 36 milímetros nos carros a gasolina, 38 nos modelos a etanol e 40 no caso do diesel ser o combustível. |
Pró Brasil |
Os motores dos carros desta categoria devem usar aspiração normal, não precisam ser da mesma marca do veículo, o restritor de ar na admissão deve ter 38 milímetros e a taxa de compressão é livre. Os dispositivos de comando variável e os coletores de admissão devem ser originais do motor. Carros com mais de seis cilindros, lubrificação do tipo cárter seco são proibidos e sistemas de injeção de óxido nitroso e alimentação por carburador são proibidos. Câmbio sequencial também não é permitido. |
Super Production |
Para competir nesta categoria os carros precisam ter um mínimo de 100 unidades produzidas e que sejam vendidas no Brasil e podem ser movidos a gasolina, etanol ou diesel. Com peso mínimo que vai de 1150 kg para veículos de 1600 cm³ de cilindrada até 2050 kg para modelos com mais de 5250 cm³ de capacidade, os carros da Super Production também precisam obedecer à regulamentação de segurança da FIA, à exceção dos extintores e tanque de combustível. É permitido trocar o sistema de turbo, desde que a peça seja de fabricação nacional, assim como é permitido também, substituir os sistemas de intercooler e radiador. Instalar ventoinhas elétricas e radiador de óleo também é permitido. Motor e cilindrada devem ser originais do veículo, mas é permitido mexer nos pistões. No caso dos carros aspirados a gasolina ou etanol, o restritor de ar na admissão deve ter 38 milímetros, no caso do carro ser turbo a gasolina ou etanol o restritor deve ter 36 milímetros e 40 nos motores a diesel. A escolha da embreagem é livre, mas o câmbio deve ser de fabricação nacional, com qualquer relação de marchas, sendo proibido o câmbio sequencial. Diferencial traseiro e caixa de transferência podem ser substituídos, desde que sejam nacionais. A suspensão deve ser de fabricação nacional, mas reforços são permitidos e a escolha dos amortecedores é livre. As rodas devem ser originais ou similares nacionais. No caso de rodas importadas, estas devem estar de acordo com as normas da FIA. O chassi deve ser original do veículo, mas pode receber reforços e a carroceria, que pode ser de fibra de vidro, deve manter a mesma aparência e dimensões do veículo original. |
Production T2 |
Composta por carros de linha com pelo menos 1000 unidades produzidas, os veículos desta categoria podem ser movidos a gasolina, etanol ou diesel, mas devem utilizar restritor de ar na admissão com 38 milímetros nos carros aspirados a gasolina ou etanol, 36 para turbo a gasolina ou etanol e 40 nos movidos a diesel. Assim como na Super Production, a carroceria, que pode ser de fibra de vidro, deve manter a mesma aparência e dimensões do veículo original. A retirada de acessórios originais é permitida, desde que isso não gere ganho de desempenho e as rodas com 16 polegadas de diâmetro estão liberadas. |
Caminhões |
Leves |
Veículos pesando entre 3500 e 4800 kg, com preparação livre. |
Pesados |
Veículos com peso mínimo de 4800 kg, com preparação livre. |
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