Dos
105 veículos que largaram 96 continuam na prova
Reportagem:
MOTOR ON LINE
Fotos: Raul Friedmann
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Nem
mesmo o cansaço e quebras mecânicas foram suficientes
para diminuir a vontade de chegar dos competidores.
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Depois
de enfrentar 12 horas de prova na terça-feira (21), a mais
longa etapa do Transparaná com mais de 400 km por trilhas
e estradas secundárias, 96 duplas de pilotos e navegadores
enfrentaram mais de 10 horas de prova nesta quarta-feira (22).
Alguns jipes que estavam quebrados e até mesmo os que capotaram
e acabaram perdendo a etapa da tarde do dia anterior, depois de
reparos nos veículos voltaram a competir, conferindo a
esta edição do Transparaná o maior índice
de duplas que conseguiram concluir mais da metade da prova, segundo
Luís Felipe Campelo e Mário Caetano, diretor técnico
e diretor de prova respectivamente. "O Transparaná
é sem dúvida o maior evento off-road promovido por
uma associação como o Jeep Clube de Curitiba. A
grande maioria dos eventos desse porte tem na coordenação
grandes empresas", constata Marco Antonio Benedetto,
diretor de marketing do Transparaná.
As
médias de velocidade indicadas na planilha foram consideradas
altas e difíceis de serem mantidas, mas os pilotos e navegadores
consideraram isso como um desafio a mais e não poupam elogios.
"A prova superou nossas expectativas. Cada dia é
um dia totalmente diferente, mudam os tempos, os terrenos e obstáculos.
Cada etapa é sempre uma surpresa, a gente nunca sabe o
que vai enfrentar" relatam a piloto Luciana Bragante
e a navegadora Patricia Romanatti, dupla feminina de Campinas
(SP) que está competindo pela primeira vez no Transparaná.
Luciana e Patrícia participaram do seu primeiro rally de
Campinas até Maresias com um carro Mercedes-Benz Classe
A e aí apaixonaram-se pelo off-road. A dupla, que entitulou-se
de "As Penélopes", diz que até agora enfrentaram
todas as etapas sem problemas. "Meu carro não tem
nenhum arranhão. Não existe segredo para isso, é
apenas uma tática que nós adotamos. Se a média
é alta e a gente vê que não vai conseguir
fazê-la eu tiro o pé. No final acabamos perdendo
menos tempo do que quem procurou manter a média a qualquer
custo, pois muitos acabam errando ou caindo em buracos e perdem
tempo depois manobrando" diz Luciana. A
outra dupla feminina, Daisy e Cinthia, mãe (piloto) e filha
(navegadora), da cidade de São Pedro, interior de São
Paulo estão competindo na categoria Sênior pela segunda
vez.
Um
grupo que chama muito a atenção são os integrantes
da categoria Adventure. Apesar de também ter competição
na categoria, o grupo ficou muito unido e participam de forma
descontraída. "Isso aqui é a melhor terapia
que existe", diz o médico João Paul que
pilota tendo o seu filho Pedro, de 11 anos, como navegador. "A
lama é medicinal", completa, passando um pouco
de lama no rosto, sem conter o riso que contagiou o resto do grupo.
Mais
resistência física que qualquer outro para agüentar
a jornada do dia tem que ter a equipe "fecha trilha",
também chamada de "vassoura". Sempre os últimos
a percorrer a trilha, não voltam sem dar um jeito de trazer
todo mundo que ficou pelo caminho. "O pior caso até
agora foi um jipe que tivemos que rebocar por 30 km entre atoleiros
e erosões, pois ele não tinha condições
de ser consertado no local", diz Marcelo Ferro que conta
com a esposa Andressa como navegadora.
A
caravana do Transparaná está em Ponta Grossa e chegará
nesta quinta-feira em Curitiba, a partir das 17:00 hs, na loja
da DPaschoal do Portão (Av. República Argentina
esquina com rua Professor Doracy Cesarino).
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