Como
foi guiar a categoria Adventure no Transparaná 2005
Reportagem:
Luciano Dellarole / Guilherme Dellarole
Fotos: Luciano Dellarole / Guilherme Dellarole |
É
uma honra ter conduzido o pequeno grupo da Adventure no
Transparaná, uma prova tradicional. É uma grande responsabilidade.
O ótimo entrosamento foi fundamental.
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O
Guilherme e eu aceitamos o convite feito pela Organização do
maior Raid do Brasil e das Américas após a participação no 10º
Transparaná em janeiro 2004 e fomos guiar os participantes da
categoria não competitiva Adventure na prova que foi realizada
no período de 22 a 28 de janeiro de 2005, com largada em Foz
do Iguaçu na divisa com Argentina e Paraguai e chegada em Guaratuba,
no litoral.
Com
patrocínio da Caçula de Pneus (www.caculadepneus.com.br),
que em 2005 completa 45 anos de atuação no mercado paulista
usamos um Toyota Hilux SW 4. Estreamos nesse evento o apoio
do CPV Vestibulares.
Guilherme,
responsável pela leitura das planilhas (navegação) foi identificado
na porta do carro como "Guerrilha", alcunha que ele mesmo se
atribuiu durante o roteiro do Transparaná 2004, devido ao fato
de não beber água durante todo o roteiro do dia inicial, o mais
longo e apesar da elevada temperatura.
As
etapas ímpares (são duas etapas por dia) tiveram largada às
08:00 hs em três dias e às 07:00 hs em dois. A Adventure saiu
sempre após os competidores, a partir das 07:50 hs ou 08:50
hs.
A
Adventure não exige preparação específica do veículo, sendo
apenas exigida a tração 4x4 e pneus adequados ao off-road.
O
Transparaná é exclusivo para jipes, picapes e utilitários esportivos.
Não há categoria para caminhões, gaiolas, motos, quadriciclos,
tratores ou triciclos, embora o Jeep Clube de Curitiba, organizador
da prova receba consultas ou solicitações.
À
moda antiga
Ao
Guilherme cabia conferir as planilhas de cada dia quanto à totalidade
das páginas e à montagem em ordem numérica crescente e correta.
Dependíamos disso para percorrer os roteiros estabelecidos e
chegar aos destinos previstos. E apesar de não ler uma planilha
desde o Transparaná 2004, se confirmou o ótimo navegador que
se revelara no único dia em que tivemos planilha no ano passado.
Apesar de usarmos apenas o hodometro original do painel cuja
precisão é em centena de metros e com diferença de 5% para menos
devido aos pneus maiores que os originais, conseguimos fazer
99% de todo o roteiro da prova, proporção maior que em 2004.
E dos três pequenos trechos não percorridos (1% do total) nenhum
foi por não termos encontrado o caminho. A diferença de medição
obrigava o Guilherme à total atenção aos desenhos e referências
enquanto eu recalculava a distância a cada referência. Navegamos
à moda antiga. Para ele será fácil navegar com aparelho de precisão
métrica. Nas
poucas vezes em que não zeramos o hodometro no ponto indicado,
somávamos as distâncias dos trechos, sempre recalculando os
5% de diferença e nos certificando pelas referências, felizmente
muito claras.
Caso
algum carro atolasse, poderíamos auxiliar, agilizando o deslocamento
da Adventure. Se necessário, o grupo contava com o "limpa-triha"
(ou o "fecha", ou "vassoura") para resolver. Mas, como comentei
com o Guilherme durante a viagem até Foz, poderia acontecer
de nós sermos rebocados. E assim foi, logo no primeiro dia:
primeiro pelo Defender ao qual guiávamos, que tirou a SW 4 de
um local e a jogou em outro. Em seguida ao tentar nos puxar,
também ficou. O engraçado é que não estávamos atolados, e sim
totalmente sem grip para tracionar. O trecho era um sabão. Os
anjos da guarda Mario e Java chegaram e nos ajudaram a subir
os metros que faltavam após o rio da fazenda do Sr. Nelson Ricardo,
como o trecho estava identificado na planilha.
Estávamos
torcendo para que chovesse mais que na edição 2004, afinal lama
é mais divertida e menos cansativa que a poeira. E São Pedro
nos atendeu com fartura. A foto mostra a imagem da visão que
tivemos centenas de vezes!
Off-roaders
que participaram pelo puro prazer de dirigir na terra por muitos
quilômetros em condições variáveis e convivendo em grupo
durante essa semana que irá ficar na lembrança para sempre e
renderá boas estórias entre os amigos e familiares. Confira
os participantes da Adventure na 11ª edição do Transparaná:
A
família de Sena de Curitiba, o casal de médicos com as filhas
Roberta (6 anos) e Rayssa (12 anos) foi ótima companhia. Em
Curitiba nos guiaram até o hotel. Durante os roteiros nos ofereceram
frutas e iogurtes, que aceitamos. Não nos atrasaram em nenhum
dia. O Antonio Carlos dirige muito bem, e a Rayssa mostrou facilidade
na navegação. As gentilezas começaram desde o primeiro dia quando
o Sena nos pagou o lanche em Diamante do Oeste. Devido ao tempo
parados na subida lisa perdemos o almoço.
Com
tudo pronto
Uma
semana antes a Hilux estava adesivada com os nomes e tipos sanguíneos
na parte superior das portas e o logotipo do CPV Vestibulares,
o muito conhecido pé. Adesivos da Caçula de Pneus têm espaço
cativo na viatura do Off Road Adventure Team. Pneus Scorpion
AT na medida 31 x 10,5 x 15 montados, rodas balanceadas, óleo
do motor e filtro de óleo novos, cruzetas dos cardãs engraxadas,
limpeza do filtro de ar e nível de água da bateria completado.
A SW4 estava pronta para o desafio do Transparaná. Completando
os ítens, capacetes adesivados. O uso dos capacetes foi abolido
para a Adventure.
Alguns
ítens da nossa bagagem: Cinta de reboque, cabo auxiliar de partida
para conexão entre baterias, compressor de ar, pneu extra como
reserva pois a medida utilizada pode não ser encontrada fácilmente,
lanterna com pilhas novas, rádios de comunicação, material básico
de primeiros socorros e bujão com 5 litros de água potável.
Mais algumas ferramentas.
A
iniciativa de criar um PVF (Programa de Volta à Forma) nas semanas
que antecederam o raid deu o seguinte resultado: 4,6 kg eliminados
em 20 dias. Basta a decisão e disciplina na dieta estabelecida
e firmeza nos exercícios propostos. Não rejuvenece, mas restabeleceu
o peso de 10 anos atrás. E durante a prova outras 800 gramas
"ficaram pelos roteiros".
Em
2004 apenas quatro das principais cidades por onde passou a
edição 2005 (Castro, Curitiba, Garuva e Guaratuba) fizeram parte
do roteiro. E, um detalhe: Garuva fica no estado de Santa Catarina.
A
prova que é o maior raid brasileiro
Em
2004 realizei o sonho de participar do Transparaná. Esse
ano matei a antiga vontade de guiar na lama lisa das estradas
de terra roxa do Paraná. Com pneus AT ao invés de Mud, a condução
foi uma diversão contínua, com correções e muitos quilômetros
percorridos de lado, em derrapagens controladas.
A
diferença entre a prova de 2004 e a desse ano foi total: muita
chuva, chão liso e poças em todos os trechos contra muita poeira
e calor da 10ª edição. Em Guarapuavana quarta-feira cedo o frio
surpreendeu os participantes após os 42º C registrados sábado
em Foz. E as temperaturas continuaram baixas em Castro e Curitiba
e não aumentaram muito em Guaratuba onde chegamos com a chuva
que abençoou essa 11ª edição do Transparaná. Os roteiros foram
mais bonitos e os pontos de paradas para almoço ofereciam melhor
estrutura, permitindo refeições com mais qualidade. O visual
de destaque foi o salto São Francisco, com seus 196 metros,
no terceiro dia do roteiro.
A
cronometragem e apuração no Transparaná 2005 foi feita pela
Totem utilizando fotocélulas para registrar o horário de passagem
dos veículos pelos PC's. É o maior raid do Brasil acompanhando
a evolução técnica.
Durante
o Transparaná, o Defender teve apenas o pára-barro traseiro
esquerdo solto, sendo retirado em Curitiba. E num dos trechos
o pisca alerta disparou desligando por conta própria. A SW4
teve uma lâmpada do faról direito queimada e uma borracha de
sustentação da saída do cano de escapamento perdida. Em Castro
o Mario fez um reparo "temporário definitivo" como ele definiu
com muito bom-humor a solução adotada. O Niva, que entrou na
prova a partir de Castro teve problemas no condensador do distribuidor
na 7ª etapa. Não percorreu a etapa da tarde, retornando
em plena forma no último dia.
Acidentes
sempre acontecem
No
primeiro dia o Troller da equipe da organização capotou em trecho
com lama. No terceiro dia, o jipe 17 da dupla Poli (pai e filho)
tombou. Em 2004 haviam capotado ficando com o jipe pendurado
numa árvore existente na ribanceira na qual por sorte não despencaram.
E no quinto dia o Defender 110 de número 42 tombou. Felizmente,
todas foram ocorrências sem ferimentos. O
Samurai do Apoio Médico perdeu a roda traseira direita após
rodar 5 km da 1ª etapa do segundo dia, saindo de Cascavel. Precisaram
retornar a Cascavel para consertar os "prisioneiros" danificados.
O Defender nº 19 de Francisco Beltrão foi recolocado no caminho
no início da 6ª etapa, saindo de Prudentópolis, com a ajuda
do Defender do Jorge Lima, organizador do Rota do Frio, que
conduziu a imprensa durante a 11ª edição do Transparaná e do
Troller que levava o fotógrafo oficial da prova, Paulo Valente.
Vindos
de longe para vencer
Clovis
e Dionny Rotilli , dupla de Jaciara, cidade de Mato Grosso a
1200 km de Foz do Iguaçu, venceu a categoria Pick-up.
Campeão
na Geral é o 5º na Master
O
campeão geral do Transparaná não é o mesmo da categoria Master,
já que para a classificação geral não é permitido o descarte
de resultados. Assim sendo, a dupla campeã na Geral do Transparaná
2005 é Waldemiro Veiga / Fábio Braule, de Brusque (SC), 5ª colocada
na categoria Master. As duplas campeã da Master Fidelis Barato
Filho / Erik de Brito e vice campeã também são catarinenses,
de Criciúma e Chapecó. Na Sênior os catarinenses também foram
campeões e vices: Eder Nardelli e Edson da Costa, de Rio do
Oeste venceram seguidos por Anacleto e Arnaldo Ferrari, de Rio
do Sul.
Os
três primeiros colocados na Master, Pick-up e Sênior não são
paranaenses, o que comprova o caráter nacional do evento. Já,
nas categorias Jeep e Júnior, a predominância absoluta
foi de competidores paranaenses.
Duplas
mistas