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Rally: a história do mecânico brasileiro que é campeão do Dakar
Reportagem: Rodolpho Siqueira
Foto: Reinaldo Varela
BestPR Comunicação
Hoje aos 48 anos, Ednei Galvão desde os 12 acompanha Reinaldo Varela.

Ele certamente causa inveja ao profissionais da área, sempre disponíveis em endereço fixo na mecânica mais próxima. Ednei Galvão, 48 anos, já viajou o mundo reparando carros. E tem histórias incríveis para contar, como a da conquista do título do Rally Dakar de 2018, ao lado do piloto da equipe Monster Energy Can-Am, Reinaldo Varela. E não é só isso: "Acompanho e sou fã do Reinaldo desde os 12 anos. Mais tarde, mas ainda jovem, comecei a trabalhar com ele. Por isso já perdi as contas de quantas vitórias e títulos conquistamos juntos", resume o técnico, lembrando que Varela acumula nada menos que 36 títulos nacionais e internacionais de grande relevância, incluindo aí um tricampeonato mundial.

Por essa longa trajetória, Ednei se tornou o homem de confiança de Varela e agora também do navegador Maykel Justo, que estreia em 2021 uma parceria com Reinaldo no Dakar. Ele está na Arábia Saudita como responsável pelo carro de Varela, função que ocupa no Dakar desde 2017. Outro destaque da carreira aconteceu no ano passado, quando Ednei acompanhou Varela e o navegador Gustavo Gugelmin na conquista do tricampeonato mundial de Rally-Cross Country, passando por países como Rússia, Marrocos, Qatar e Cazaquistão.

"Uma lição por dia"

Em 2021, ele é o responsável pela manutenção do carro da dupla Reinaldo / Maykel. Ednei também conta com a ajuda do mecânico assistente Daniel Duarte, um português de 28 anos que já está há três temporadas na South Racing, time alemão que fornece a estrutura técnica para a fábrica canadense dos UTVs Can-Am. "Ao longo do tempo, a gente vai aprendendo segredos da mecânica e da preparação para as corridas. Até hoje eu estou aprendendo. É uma lição por dia, o que é muito legal nessa profissão", diz o mecânico da equipe Monster Energy Can-Am.

Neste sábado (9), o Dakar programou um dia de descanso em Ha'il, onde a caravana estacionou depois de seis dias consecutivos de corrida. "Em época de corrida, a gente nunca para. Desde ontem de noite, sexta-feira, estamos fazendo uma manutenção geral. Desmontamos tudo, cada parafuso, e checamos cada detalhe, especialmente nas áreas onde o carro sofre mais esforço. Registramos 'a vida' de cada peça, e vamos fazendo a troca conforme a quilometragem, independentemente de estar quebrada ou não. Isso pode salvar a corrida", ensina Ednei.

A dupla Varela e Maikel, e também o mecânico Ednei, estão atualmente em sexto na classificação geral do Dakar na categoria UTV. A partir deste domingo, o rally dá sequência à sua programação. Serão mais seis dias de prova – ou seja, a segunda metade da prova. No total, os competidores ainda têm pela frente 3.617km, sendo 2.389km de especiais – trechos cronometrados em alta velocidade, onde ocorre a corrida propriamente dita. "No rally a gente dorme pouco, muitas vezes come mal, quando dá pra comer. E vive sob pressão. Mas isso aqui é uma paixão. E uma experiência única na vida da gente", opina o mecânico brasileiro que tem no currículo nada menos que um título do rally mais difícil e famoso do mundo.

Dakar em resumo

Disputada inteiramente na Arábia Saudita, a 43ª edição do Dakar terá em seus 7.646km um total de 4.767km de especiais – trechos cronometrados em alta velocidade. Os restantes 2.879km são correspondentes aos deslocamentos entre os pontos de largada e chegada em cada um dos doze dias. O roteiro da prova começa e termina Jedá. Reinaldo Varela e Maykel Justo também contam com apoio de Norton, Divino Fogão e Motul.

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