Após ter feito a sua estreia na competição nas seis últimas provas do ano passado o brasileiro Sérgio Sette Câmara foi contratado em 2021 para defender as cores da equipe norte-americana Dragon Penske. Com base operacional no complexo tecnológico do autódromo de Silverstone, na Inglaterra, o piloto se dedicou muito ao aprendizado do carro e, também, de todas as pistas que compuseram o calendário da atual temporada.

Muito disciplinado e, sobretudo, atento aos ensinamentos passados pelos engenheiros e pelo chefe da equipe Jay Penske, Sérgio já começou a temporada impressionando a todos e, mesmo diante das limitações técnicas do carro, conseguiu classificar o carro #7 na segunda colocação do grid da segunda etapa terminando a corrida em um comemorado quarto lugar.

Sem o advento do novo train de força, inovação implantada pela maioria das equipes, os carros da Dragon Penske acabaram sendo bastante prejudicados nas provas subsequentes. Mesmo assim, com a garra e determinação de sempre, Sérgio foi mostrando seu valor extraindo sempre o melhor possível de seu equipamento.

Nas últimas provas do Campeonato, já com a nova unidade de potência, que apresentava nítida melhora no consumo das baterias e otimização da energia, Sette voltou a se tornar protagonista. Na prova de Londres, penúltima rodada do Campeonato, ele conseguiu levar seu carro à Super Pole garantindo um lugar para largar na quarta colocação. Ainda em Londres ele conseguiu voltar a zona de pontuação, terminando a segunda corrida na oitava posição.

Grande final na Alemanha

Após a grande maratona ao redor do mundo o Campeonato da Fórmula-E desembarcou neste fim de semana no antigo aeroporto de Tempelhof, em Berlin, para as disputas da 14ª e 15ª etapas do Campeonato Mundial. A competitividade da temporada foi tão grande que, dos 24 pilotos na disputa nada menos que 13 deles tinham a possibilidade matemática da conquista do título.

Sette e a equipe Dragon Penske, desde os primeiros treinos livres, não tinham muitas expectativas com relação a esta última etapa do ano. Com um carro que não apresentava um equilíbrio satisfatório era impossível almejar os animadores resultados conquistados nas provas dos Estados Unidos e da Inglaterra. Mesmo assim, de forma profissional, Sérgio deu o seu melhor e, na classificação para a prova de domingo, ainda conseguiu um bom 12º lugar no grid de largada. Nas corridas, porém, com um carro bastante instável, ele não conseguia suportar os ataques dos adversários nem mesmo usando a potência extra do "Attack Mode". Assim, em ambas as provas, ele completou as corridas na 18ª posição.

"Estou satisfeito de ter encerrado a minha primeira temporada 100% profissional no automobilismo. Aprendi bastante, mostrei o meu potencial e tudo o que posso desenvolver mesmo diante de um equipamento que, desde o início, sabíamos que não era competitivo. Quando foi possível lutei pelos melhores lugares e pelos pontos. Conclui o ano com 16 pontos conquistados, frente a nenhum ponto conquistado pela equipe no ano passado. Volto para o Brasil para um merecido período de férias e, se Deus quiser, o ano que vem nos promete ainda mais emoções", concluiu o piloto de 23 anos.