Ouvir Mattheis por quase uma hora de volta pelos 4309 metros da pista de Interlagos pode ajudar a adaptação do piloto que conhece pouquíssimo os carros de turismo e Interlagos – sua única experiência fora dos monopostos foi uma corrida da Porsche Cup, preliminar do GP São Paulo de Fórmula 1 ano passado -, e nunca sentou num Stock Car.

“Mesmo que o piloto tenha andado em outro carro de turismo, nosso Stock Car tem reações muito particulares e esse track Walk serve para orientar um pouco sobre o que fazer em cada setor. No caso do Felipe obviamente ele vai sentir uma enorme diferença em relação ao fórmula que está acostumado, que é quase uma extensão do corpo do piloto. Só vamos saber como ele vai se adaptar amanhã, no primeiro treino, mas ele é muito atento, presta atenção em tudo, faz perguntas muito pertinentes, e é talentoso, então a tendência é se adaptar rapidamente. Mas a gente sabe pelos exemplos de outros pilotos de fórmula que nem sempre é simples”, avalia Mattheis.

O chefe da Ipiranga Racing diz que mesmo que a Stock Car tenha corrido aqui há dois meses – a Grande Decisão da categoria aconteceu em 12 de dezembro -, as condições da pista mudam, e o track Walk revela isso. “É uma época de muitas chuvas. A pista é feita de pedra e piche, e o piche se desgasta muito mais rapidamente que a pedra, então em relação a dezembro temos áreas com mais pedra exposta e menos piche, ou seja, mais abrasividade e menos aderência.”