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F-4 Brasil: meninos automobilismo brasileiro já começaram correr em busca da F-1
Reportagem: Muito Além de Rodas e Motores
Secco Comunicação

A garotada brasileira do automobilismo deu início no último fim de semana, na abertura do BRB Fórmula 4 Brasil, à caminhada para chegar às principais categorias mundiais. Foram três dias de corridas no belo autódromo Velocitta, de Mogi Guaçu, no interior paulista, duas no sábado e a terceira no domingo, com duas vitórias do brasiliense Pedro Cloret, da equipe Full Time Sports, e uma de Ricardo Gracia, seu companheiro de equipe.

Clerot e Gracia entraram para a história da nova categoria por terem sido os primeiros vencedores da Fórmula 4 Brasil, homologada pela FIA -- Federação Internacional de Automobilismo - e lançada no Brasil pela CBA -- Confederação Brasileira de Automobilismo -- como a primeira fase para chegar às corridas internacionais.

O lançamento da nova categoria ganhou maior importância pela presença de Bernie Ecclestone, o poderoso chefão do automobilismo e de sua mulher, a brasileira Fabiana, vice-presidente da FIA para a América do Sul.

As três corridas inaugurais comprovaram o acerto da FIA em lançar a categoria com padrão internacional, pelo desempenho demonstrado pelos carros, as equilibradas disputas entre jovens com idade mínima de 15 anos e muita igualdade entre os pilotos, o que entusiasmou quem teve a oportunidade de assistir as primeiras competições. A Fórmula 4 transformou-se em categoria do momento e até atraiu uma pilota, Aurélia Nobels que, em corajosa disputa com Vinicius Tessaro, sofreu acidente que a obrigou a abandonar a prova.

Com duas vitórias e um quarto lugar, Pedro Cloret garantiu ampla vantagem sobre os demais participantes e atingiu 58 pontos, seguido por seu companheiro da equipe Full Time, Ricardo Gracia, com 37, e Nicholas Monteiro, da equipe TMG, com 30 pontos.

Entre os participantes, estão representantes de duas famílias tradicionais do automobilismo, como os primos Fernando Barrichello e Felipe Barrichello Bartz e Nicolas Giaffone, respectivamente sucessores de Rubens Barrichello e do clã Giaffone, de Afonso, Zeca e Felipe.

Os jovens pilotos fizeram corridas empolgantes pelo equilíbrio dos carros, construídos com o objetivo de igualdade para transmitir fortes emoções ao público e transformar o campeonato em um curso de formação. Os garotos correram embolados, demonstrando habilidade e coragem em ultrapassagens empolgantes, que resultaram em algumas colisões com danos materiais de pequena monta e sem consequências para os pilotos, além de lances eletrizantes, um deles com revide em "X", de uma ultrapassagem e recuperando a posição.

O equilíbrio entre os pilotos foi claramente demonstrado pela diferença mínima entre eles, lembrando as competições da Fórmula Vê no final dos anos 60 com carros construídos pelos irmãos Wilson e Emerson Fittipaldi. Do começo ao fim, as corridas causaram emoções.

A igualdade entre os pilotos é determinada pelas características idênticas dos automóveis, todos com o mesmo chassi Tatuus construído na Itália; motor Abarth também italiano e caixa de câmbio Saved, assim como todas as demais especificações técnicas, como suspensão, rodas e pneus.

Idealizada em 2013 pelo piloto austríaco Gerhard Berger, com apoio da FIA, a Fórmula 4 nasceu com o objetivo de traçar o caminho correto e de custo reduzido para facilitar aos jovens com idade mínima de 15 anos a tentativa de chegar às principais categorias de corridas.

O campeonato brasileiro será disputado em seis etapas com três provas em cada uma, totalizando 18 corridas. Para os paulistas conhecerem bem a nova categoria, nos dias 30 e 31 de julho, a segunda etapa da Fórmula 4 será disputada no Autódromo de Interlagos. Vale a pena assisti-las para desfrutar de espetáculos empolgantes.

O sistema de pontuação da Fórmula 4 vai permitir que os pilotos brasileiros obtenham os pontos necessários para entrar no cenário internacional com mais experiência e melhores condições para ter sucesso nas competições internacionais.

Nossos jovens não precisarão mais mudar para a Europa e enfrentar maiores despesas para iniciar uma carreira internacional. Poderão permanecer no Brasil, competindo em uma categoria homologada e reconhecida pela FIA, ganhando a necessária experiência em carros idênticos, sem precisar arriscar uma temporada na Europa, investindo muito dinheiro com hospedagem, alimentação, compra de automóvel para os deslocamentos necessários, recorrendo a mecânicos especializados e outras despesas que não terão que arcar se ficarem em seus países.

Os resultados das provas permitirão à FIA estabelecer um ranking de acesso a outras categorias, até chegar à Fórmula 1.

A nova categoria já atraiu empresas patrocinadoras, como a Fiat, que participa com o fornecimento de motores Abarth para o automóveis, o banco BRB, que tem prestigiado o automobilismo e outras empresas, como a Vicar, especializada em organização de provas.

Entre as regulamentações esportivas, técnicas e financeiras, destaca-se o fato de os carros não poderem exceder o custo de 30 mil euros, enquanto o custo-limite de uma temporada da F4 é de 100 mil euros.

A nova categoria surge para reeditar as categorias-escolas, como foram a Fórmula Ford, Fórmula Vê, Super Vê, Renault, Fórmula 3 Brasil e Fórmula 3 Sul-Americana com a vantagem importante de ser reconhecida e acompanhada pela FIA.

A Fórmula 4 começou no Brasil com 15 pilotos que tomaram posse do primeiro lote adquirido pela Vicar, investidora e promotora da categoria, e a expectativa é o crescimento da categoria porque existem outros jovens formando uma fila de espera.

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