A maior parte do rally será disputada em desertos, o que representará um grande desafio para o time, já que a navegação será um pouco diferente da habitual que se faz em eventos no Brasil. No SARR, os pilotos utilizarão o GPS para se guiar atrás dos 'waypoints', que são passagens obrigatórias para os pilotos em cada especial – algo diferente da navegação por planilha, que temos em eventos nacionais. O sistema é utilizado sobretudo no Dakar – evento que já passou por essa região na década passada.

Rodrigo Varela, que estará no UTV número 204, terá a companhia do experiente navegador Lourival Roldan – campeão do Dakar nos UTVs em 2017. Já Reinaldo Varela, no numeral 214, terá uma novidade a seu lado, o argentino Fernando Imperatrice.

Estreia da equipe

"O SARR é um rally que vem ficando muito famoso nos últimos anos, e pela primeira vez vamos disputá-lo", disse Reinaldo, campeão do Dakar em 2018, em um trajeto que incluiu com a região do SARR 2023.

"E para isso decidimos que o melhor era contar com um navegador argentino, alguém que conhece bem esse local. Por isso chamei o Fernando – será nossa primeira prova juntos. Nosso principal desafio – além do entrosamento no início – serão as dunas, que são sempre complicadas de entender tentando explorar o limite do equipamento."

Rodrigo Varela terá no SARR um grande marco na carreira: "É minha primeira participação em um rally internacional, com certeza vai ser um evento de muito aprendizado. Estou bem ansioso por este primeiro contato, acho que vai ser bem bacana", disse.

"Nosso grande desafio será na navegação. Além disso, teremos lá um terreno completamente diferente do que temos aqui no Brasil – lá teremos dunas, um piso completamente diferente do que temos por aqui", disse o atual campeão do Rally dos Sertões na categoria UTV. "Vamos usando a cautela, tentando aprender. Vou tentar tirar lições para nos próximos anos vir mais forte. Vamos lá acelerar e ver o que podemos fazer."

"Mini-Dakar sul-americano"

Em números, o SARR – em sua 4ª edição e válido para os Campeonatos Latino-Americano e Argentino de Cross-Country – terá cerca de 4.200 km de extensão, passando por três províncias, o equivalente aos estados no Brasil: Catamarca, Santiago del Estero e La Rioja.

O SARR foi criado em decorrência do fim do Dakar, que desde 2020 abandonou a América do Sul e é disputado na Arábia Saudita. O local da prova argentina era anteriormente utilizado quando o maior rally do mundo corria em território argentino.

"Apesar de ser nossa primeira vez no SARR, o local não é uma novidade para mim", apontou Reinaldo. "Em 2018 quando ganhei o Dakar na categoria UTV, as últimas especiais do rally foram nessa região. Foi o local onde consolidei minha liderança. O Lourival também correu por aqui quando ele faturou o Dakar, em 2017, então esse local não vai ser novidade para três de nós, só para o Rodrigo. Mas ele é um piloto experiente e, como já disse, terá um campeão do Dakar navegando ao seu lado."

O SARR acontece de 14 a 25 de fevereiro, com as especiais iniciando em 16 de fevereiro. Ao todo são nove dias com especiais e um de descanso (21 de fevereiro).