Considerado o segundo maior rally do mundo, foram 2.239 quilômetros de trechos cronometrados, que tiveram como destino o município de Merzouga. As demais cidades anfitriãs foram Assa, Foum Zguid e M'Hamid. No total, oito etapas disputadas, sendo algumas em laços.

"Nossos principais obstáculos foram as pedras, as grandes dunas e a navegação por CAP na maior parte do percurso. Tivemos vários sustos por falta de informação na planilha, o que é normal nas competições internacionais. Andar nas dunas, sem dúvida, foi uma importante lição, uma vez que temos como meta participar e completar o Dakar em 2024", contou o piloto Gunter. Ao comparar com as dunas da Argentina em duas participações no SARR, "as dunas do Marrocos são muito maiores. E olha, que na Argentina já foi um baita desafio. O que será que vamos encarar no Dakar?", enfatiza.

Dificuldades superadas e duas vitórias em etapas

Como em toda estreia em competições (sobretudo internacionais), os contratempos fazem parte da rotina de qualquer competidor. Com a MSL Rally não foi diferente, a começar pelo ajuste do banco do UTV Can Am X3, que foi resolvido somente no terceiro dia.

Se não fosse pelo objetivo de aprender e adaptar-se a uma prova no estilo do Dakar, Gunter e Filipe teriam desanimado da disputa a partir do prólogo, no qual, devido a um erro do piloto, a dupla largou para a primeira etapa em 22º lugar.

Mas, a experiência em competições brasileiras e o perfil aguerrido de Gunter e Filipe se sobressaíram, e na quinta etapa eis que conquistaram a primeira vitória no Morocco Desert Challenge. Resultado repetido no sexto dia. "Vencer duas etapas seguidas e ouvir o seu nome sendo chamado pela organização para subir ao pódio é incrível. Uma sensação maravilhosa, motivo de orgulho", comentou Filipe.

Drama

Os momentos mais dramáticos do rally vividos pela equipe foram no último dia. "Por um erro na planilha, vários participantes se perderam, inclusive nós. O que comprometeu a nossa estratégia, pois por ter sido uma especial curta, de 72 quilômetros, largamos com menos combustível para deixar o UTV mais leve e rápido. Foi tenso ficar dando voltas para encontrar o caminho certo, com a gasolina contada", falou Gunter.

Portanto, a decisão foi poupar o combustível, pois os últimos 8 quilômetros foram de dunas pesadas, que exigiram motor. "Faltando 2 quilômetros, o motor falhou pela primeira vez. Tiramos toda a potência do propulsor e o pé do acelerador. Foi quando descemos a última duna e chegamos no pórtico final; ali o motor apagou. Não sabíamos se chorávamos, comemorávamos ou desmaiávamos", detalhou o piloto. Naquele momento, a dupla acreditava ter perdido o quarto lugar na classificação geral.

Porém, os adversários da MSL Rally também perderam tempo e, com isso, eles mantiveram a posição. "Fomos para a premiação e, junto com os franceses da nossa equipe de apoio, a BBR, comemoramos demais esse triunfo", encerra Gunter.

Estão no planejamento da MSL Rally: Desafio Ruta40 (Argentina), Baja Portoalegre (Portugal) e Baja Aragón (Espanha).

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