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Inconformados com equalização do Endurance / Átila e Leo se retiram da etapa
Reportagem: Luis Ferrari
Foto: Bruno Terena
BMW M4 GT3 é prejudicada mais uma vez em comparação aos aspirados. Desvantagem na pista gaúcha ficava entre sete e oito décimos nos treinos.

A dupla formada por Átila Abreu e Leonardo Sanchez se retirou no fim desta quinta-feira da etapa do Velopark, em Nova Santa Rita, região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, da Endurance Brasil. É o sétimo e penúltimo encontro do maior campeonato de corridas de longa duração do país.

O motivo da retirada foi a discordância em relação ao regulamento do Balance of Performance (BOP, equilíbrio de desempenho na sigla em português) para os carros da categoria GT3. As regras beneficiam os carros com motores aspirados, como os Porsches e Mercedes, que têm mais potência disponível que os turbocomprimidos - caso de Átila e Leo, que usam um BMW M4 GT3 - quando correm nos circuitos ao nível do mar, caso do Velopark. Como a organização se recusou a instalar restritores nos motores aspirados ou adicionar peso extra aos mesmos carros, a dupla da equipe Pole Motorsport optou por não participar da etapa. O carro foi recolocado no caminhão na própria quinta-feira.

Ao redor do mundo, o controle do BoP é feito de três maneiras diferentes em categorias onde é necessária a equalização dos carros: controle de altura, de peso ou de potência. Na Endurance Brasil, por falta das ferramentas necessárias, a organização não consegue medir a altura das máquinas, sendo assim, o equilíbrio de performance é feito pelo peso e pela potência. A organização não quis colocar nenhuma das duas ferramentas disponíveis para equalizar com o argumento de que os carros aspirados estão em maior quantidade no grid.

Vale lembrar que, nas pistas com altitude, como Interlagos e Goiânia, onde os motores aspirados levam desvantagem, as válvulas dos propulsores turbo são reguladas para gerar menos potência e, assim, ter maior igualdade na disputa. Foi justamente quanto à falta de isonomia da organização da Endurance Brasil a maior reclamação de Átila Abreu e Leo Sanchez. Em desempenho, o BMW M4 GT3 chegava a tomar entre sete e oito décimos no circuito de 2.278 metros, que tem a volta percorrida em 50 segundos.

Átila Abreu e Leonardo Sanchez vinham de vitória na classe GT3 na última etapa, disputada no Autódromo Zilmar Beux, em Cascavel, no interior do Paraná. No último fim de semana, Sanchez disputou a preliminar do GP de São Paulo de Fórmula 1 em Interlagos pela Porsche Cup e subiu ao pódio da classe Carrera Rookie.

A última etapa da Endurance Brasil está marcada para o dia 9 de dezembro, no autódromo do Velocitta, em Mogi Guaçu, interior de São Paulo.

O que eles disseram:

Se a categoria não preza pela igualdade dos carros, não faz sentido a gente andar para fazer número para os outros. A gente quer competir de igual para igual, largar e ter chances de ganhar. Se vamos ou não, são outros 500. Mas a gente preza pela igualdade. Até porque nas pistas de alta, quando tínhamos vantagem, a gente concordou em tirar potência do nosso carro para ter igualdade, mas o oposto não é aceito pela categoria. Então não faz muito sentido a gente participar da prova."

Átila Abreu

“Viemos aqui para competir e poder brigar pelo campeonato. Mas, por imposição de um regulamento que já havia comprometido nossa primeira passagem no Velopark na temporada, o carro não era competitivo. Por isso, não tivemos escolhas se não nos retirar da prova deste final de semana.”

Leonardo Sanchez

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