Otávio confirmou o título do Campeonato T3 com vitória na categoria e quinto lugar na geral, deixando para traz seu maior rival, o kuwaitiano Meshari Al-Thefiri, que parou com problemas técnicos no último terço da etapa final. Na verdade, acabou sendo uma dobradinha de pai e filho porque Cristiano ficou com a segunda colocação na T3. Uma estratégia adotada pela equipe para que Otávio tivesse mais chances com Cristiano também na disputa da categoria.

"O ano começou bem difícil porque nunca havia corrido em etapas que fossem só dunas. As duas primeiras foram Arábia Saudita e Catar, nas quais fiz quinto e quarto lugares. Meu principal adversário não largou na primeira, mas ganhou a segunda já que é bem acostumado a andar naquele tipo de ambiente. Com isso, a estratégia foi ganhar vantagem nas disputas na Europa e abrir o máximo de pontos possíveis. É um terreno muito mais parecido com o que estamos acostumados. No entanto, tive alguns contratempos, especialmente na Espanha, na Polônia e em Portugal, incluindo capotar o UTV e ser guinchado pelo meu pai até o final. Nessa altura já estava com as expectativas bem baixas, ainda mais porque voltaríamos ao ambiente do kuwaitiano. Mas fiz uma ótima prova e ele atolou numa duna e perdeu 15 minutos. Abri uma boa vantagem e isso acabou impossibilitando-o de me alcançar. Quando tem que ser, não tem jeito. Cheguei ao evento com poucas expectativas de ser campeão. Aconteceu que a sorte sorriu para mim na última corrida. Agora sou campeão mundial", comemorou Otávio, destacando a eficiência de seu Can-Am Maverick X3:

"O UTV esteve perfeito durante o ano todo, com um desempenho irretocável. Não por outro motivo, estou muito ansioso para pilotar o novo Maverick R, que tem uma proposta completamente diferente, com câmbio manual. Já tive um primeiro contato com o veículo na Arábia e espero logo poder pilotar a nova máquina da Can-Am".

Bicampeão mundial

Como Cristiano Batista já havia conquistado o título na T4 na rodada anterior, durante a 37° Baja Portalegre, em Portugal, foi ainda mais centrada a estratégia de acompanhar Otavio até o final da competição, disputando a T3. Agora ele é bicampeão mundial (2022 e 2023): "Cheguei na última etapa com o título mundial garantido na T4. O Otávio partiu com tudo para a decisão na T3. Deu tudo certo e ele conseguiu a vitória em Dubai e o título de campeão mundial também. Estamos muito felizes, mas confesso que eu mais ainda com a primeira grande conquista do meu filho, ainda mais no mesmo dia do meu bicampeonato mundial".

Para José Roberto Aguilar, proprietário da Quadrijet, é motivo de grande alegria os importantes títulos conquistados por pai e filho: "Cristiano é nosso amigo e piloto da Quadrijet há 20 anos, desde quando corria de quadriciclo. E, claro, nesse tempo também vimos o Otávio crescer e se tornar piloto. Nosso mecânico há 23 anos, Claudio Baldoino Lara, é quem acompanha o Cristiano em todas corridas nacionais. São mais de 12 Rally dos Sertões juntos. Mesmo não estando perto nesse título internacional, somos muito orgulhosos de ter o Cristiano e Otávio como nossos parceiros e amigos.

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