Mas as emoções começaram antes da largada, com uma homenagem especial feita ao piloto Dartagnan Viscome, falecido recentemente. Como último sonho, desejava ter suas cinzas depositadas no Autódromo de Interlagos.

Assim, a bordo de um Opala conduzido pelo piloto Karim Machata Neto, seus familiares abriram a volta de apresentação da primeira prova lançando as cinzas por todo o circuito. O Opala foi escoltado por outro exemplar especial, do fã Aguinaldo Lima, todo adesivado como o icônico Lotus John Player Special da década de 80.

De volta à competição, já na largada as Caravans de Konrad Viehmann e Kaká Freire saltam muito bem. Também começa a escalar posições o piloto Nereu Coelho Jr, que teve que recuperar o carro batido no treino livre de sexta-feira. Ele largou em último e ganhou cinco posições na primeira volta.

Thiago Lourenço, o pole, começou a abrir frente ao segundo colocado Pedro Gomes. Na segunda volta, Rodrigo Helal teve problemas de motor e o óleo na pista fez Marco Maragno e Pedro Pimenta rodarem na primeira perna do S do Senna.

Nessa mesma volta Thiago Lourenço abandona com problemas no freio. Pedro Gomes assume a ponta seguido por Konrad Viehmann, Kaká Freire e Kleber Eletric. Luiz Carlos Zapelini, também de olho no título, vinha logo atrás. Outro destaque para a participação de Djalma Fogaça, icônico piloto brasileiro que dividiu carro com Karim Machata Neto.

Na metade final da prova, Kleber Eletric passou a disputar fortemente com as duas Caravans do grid, alcançando a segunda posição. Pedro Gomes, então, que tinha boa folga, passou a perder rendimento e permitiu a aproximação do Opala #70.

No final da prova, Eletric assumiu a dianteira e conduziu para mais uma vitória, deixando-o matematicamente como o título.

Na segunda prova, no entanto, as surpresas de Interlagos fizeram o presente de Natal chegar mais cedo ao piloto #70. Pouco depois do alinhamento do grid, começou a chover.

A intensidade do temporal só aumentou e a largada aconteceu com safety car. Duas voltas seguiram com o carro de segurança, mas a direção de prova optou pela bandeira vermelha, trazendo os carros de volta aos boxes.

Minutos depois, os carros voltaram em fila indiana para relargada. No entanto, não houve como prosseguir, pois a chuva só aumentava. Após deliberações entre os organizadores do evento e a direção de prova, a corrida foi encerrada. Com as duas voltas dadas, passou a valer metade dos pontos da maneira como estava o grid.

Assim, Kleber Eletric fatura a Divisão Pro da Old Stock Race 2023. O piloto fez um verdadeiro desabafo. "É um momento muito especial. Comecei ano passado na categoria e a galera comprou nossa realidade. 'Jesus tá on'. Isso resume tudo. Carregamos a cruz, mas vem a vitória quando ele quer", disse emocionado.

Pela Divisão Old Man, o título ficou com Luiz Carlos Zapelini, vice-campeão da geral. "Acho que foi um ano produtivo. Mudei de equipe e achamos os resultados. Agora é ver como faremos no ano que vem. Fica o convite para mais gente vir, afinal Opala é Opala".

Marcelo Apostólico, estreante na categoria, foi o campeão da Divisão Street. "Foi muito bom. É um campeonato diferente de tudo o que eu já vi. Não é fácil andar de Opala, mas fomos aperfeiçoando etapa a etapa".

Agora, a Old Stock Race retorna em 2024. Em breve o calendário completo e as novidades serão anunciadas. Todas as informações poderão ser encontradas no perfil da competição no Instagram: @oldstockraceoficial.